Test drive fora de Montreal.

Tive que marcar a minha prova pratica de habilitação em outro lugar devido Montreal e cidades vizinhas estarem sem datas disponíveis ate final de julho.

Semana passada nós realizamos nossos exames teóricos para adquirir a habilitação. Após aprovado cheguei em casa e, seguindo a orientação da SAAQ, liguei para marcar o meu exame prático, o famoso "test drive", mas para minha surpresa só tinha vaga disponível para depois de julho. Acontece que para depois de julho eu iria enfrentar um grande problema que era a questão da nossa habilitação ser válida para dirigir aqui sem problema algum somente por 90 dias. Daí que fiquei preocupado com isso e de casa mesmo liguei novamente para a SAAQ e perguntei se existiria alguma data mais próxima, mesmo que fosse em outra cidade da província do Québec. Foi nessa hora que um anjo iluminou a bendita senhora que estava me atendendo EM FRANCÊS e ela foi dizendo que em Montreal e nas cidades vizinhas não tinha nenhuma vaga para antes de agosto (é, piorou...), mas ela também complementou que se eu estivesse disposto a viajar até uma outra cidade conhecida como St. Hyacinthe eu poderia realizar a prova no lugar de um desistente no dia 14/05 (quarta-feira passada). Não pensei nem duas vezes, apesar de não saber nem pra qual lado ficava a cidade, mas já fui logo confirmando que eu aceitaria e que eu iria fazer a prova. Ela simplesmente marcou o meu "test drive" para 10h da manhã e logo cedo no dia 14 já estava com destino à cidade cujo trajeto previamente verifiquei pelo Google Earth.

Chegamos logo cedo, bem cedo mesmo e já fiquei por ali. Fomos os primeiros a chegar e depois começaram a chegar algumas outras pessoas. Foi quando apareceu por lá um espano; não sei a nacionalidade exata dele, só sei que comecei a conversar e fiquei sabendo como era o teste de rua. Então o camarada simpatizou comigo, pegamos o carro e fomos fazer dois percursos diferentes, percursos em que seriam testadas a habilidade, a forma de dirigir com segurança e a atenção. Nesse momento o espano foi me passando muitos pormenores que são exigidos durante o teste. Ele mostrou a forma correta que eles querem que você faça a paralela (baliza) e também a forma correta de estacionar a 90°. Sinceramente, saber estacionar eu sei, mas não saberia estacionar da forma que ele me mostrou, pois é aquele o padrão daqui e é isso que eles querem que você faça, eles querem o padrão daqui e não o que já conhecemos. Esse espano foi super gente fina. Fizemos os dois percursos em cerca de uma hora e quinze minutos e nesse tempo ele me explicou todo o passo-a-passo.

Depois voltamos, entramos na SAAQ, pegamos uma senha numérica, sentamos e esperamos ser atendidos. Estava conversando com Edjane quando me bate nas costas um cara muito doidão, logo perguntando em francês qual era a língua que eu estava falando; respondi que era português. O camarada começou a conversar e não párava... Puts, o cara com um francês a mil e eu pedindo que ele falasse devagar... Foi aí que graças ao meu bom Deus chamaram o número dele… Que alívio!!! Logo em seguida fui chamado também, mas para um guichê bem distante do doido!!!

A senhora do guichê já foi logo nos saudando com um "bonjour". Fomos falando devagar e ela educadamente também começou a falar devagar. Ufa!!! Pelo menos essa falava devagar… Ela checou o meu nome e pediu meus documentos. Mostrei tudo para ela e foi aí que ela pediu para que eu mostrasse para ela a minha CARTE D'INDENTIFICATION POUR EXAMEN DE LA SAAQ. Respondi que não havia recebido nada após o teste escrito que havia feito em Montreal. Ela fechou a cara, olhou para mim e já foi falando mais rápido. Tornei a responder que não havia recebido essa tal carteira que ela estava pedindo; acho que ela imaginou que eu não estava entendendo. Foi aí que ela, com aquela cara já trancada e feia, foi pegar uma carteira para me mostrar; olhei pra carteira e tornei a repetir que não havia recebido nada… Na mesma hora ela pegou o telefone e foi ligando direto para SAAQ em Montreal. Pela conversa que eu escutei da parte dela, percebi que a coisa estava ficando mais tranqüila… Ela desligou o telefone e eu com cara de quem diz: "não estou sabendo de nada, não é comigo". Então ela já foi dizendo em voz mais calma e tranqüila que realmente eu não havia recebido ainda porque eu realizei os exames teóricos há pouco tempo e não tinha dado tempo desse documento chegar. Depois ela deu entrada em alguns dados no computador e pediu para que eu esperasse sentado.
Passado alguns cinco minutos escuto o meu nome ser chamado, tipo… EURIUVAUDU ROUDRUIGUES… Sou eu!!! Levantei e fui em direção à senhora que, para não ser diferente de todo mundo, já me recebeu falando novamente um "bonjour"…

Seguimos para o carro, ela antes de entrar já foi dizendo que iria inspecionar o carro por fora e pediu para que eu entrasse e ligasse as sinaleiras para ambos os lados, pé no freio, engatar marcha ré e por último acionar a buzina.

Feitos os testes ela sentou-se, colocou o cinto e já foi dizendo que ficasse tranqüilo que já verificou que eu sou um motorista com expêriencia, que iria apenas testar a minha direção defensiva e os "blind spots" (pontos cegos). Explicou também que o teste iria durar em torno de 35 minutos. Aí começou o teste de rua. Ela pediu para ir para um determinado lugar da cidade e começou a pedir para entrar à direita, à esquerda, a mudar de faixa. Depois entramos em uma rua tranqüila e ela pediu para que eu fizesse a "paralela", que nada mais é que uma baliza realizada dentro do método que eles utilizam aqui; ela nem me pediu para fazer o estacionamento de 90°. Fizemos outras manobras, mas nada fora do contexto que anteriormente o espano havia me mostrado; tudo foi muito tranqüilo e sem estresse, só eu mesmo é que fiquei parecendo uma tampa de chaleira… Mas, tudo bem.

Ao voltarmos, ela pediu que eu parasse direto atrás de um carro que estava lá estacionado. Depois que desliguei o carro tivemos um bate papo informal, ela me mostrando o que errei, pediu apenas para que eu tivesse mais cuidado e que aquilo não desabonaria minha forma de dirigir, ressaltando que eu estava dirigindo com muita segurança. Depois disso ela já foi dizendo que fui aprovado e que eu deveria aguardar para tirar outra foto.

*OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Todas as vezes que vocês forem para SAAQ fazer algum exame estejam preparados para tirar alguma foto; se forem também providenciar o cartão da Inssurance Maladie também preparem-se para fotos… Então para os homens fica a recomendação de estar sempre com a barba feita ou vão ficar parecendo um porco espinho na foto - digo isso porque fui pego de surpresa quando fui dar entrada no cartão da Inssurance Maladie.

De volta à SAAQ fui chamado novamente por um nome que parecia ser o meu, mas fui assim mesmo. Era eu mesmo e já foram pedindo para tirar a foto - foto batida de barbinha feita com as bochechas brilhando tipo bundinha de neném. Aproximei-me e, para minha surpresa, ela sorrindo parabenizou-me e esticou o braço entregando-me outro recibo, dizendo logo o valor de R$ 124,83 (câmbio de 1,64309)… Eu sorri e só fiz mesmo pegar o cartão de débito que estava na carteira e passei na mesma hora... Só fiz digitar a senha e vi aquele meu dinheirinho saindo, saindo…

Na mesma hora ela me deu um papel com todos os meus dados e iinformou que aquela era a minha habilitacao e que eu poderia dirigir sem problemas e sem restricoes, a habilitacao definitiva chegara pelo correio no prazo de 15 dias.

Mais uma vez estou deixando claras as despesas para que aqueles que pretendem vir possam melhor fazer os seus cálculos. Caso queiram, vejam no outro post sobre o quanto pagamos inicialmente pelo teste teórico, somem tudo e vejam o total.

Um grande abraço a todos e caso deixe algum comentário aqui no blog e deseje resposta, deixe também o seu e-mail que terei prazer em responder.

St.Hyacinthe

Recebimento da Carte de Identification pour examen de la SAAQ

Após a realização do exame de rua na SAAQ no dia 14, chegaram aqui no apartamento no dia 16 as nossas Carte de Identification pour examen de la SAAQ que a senhora lá da SAAQ de St.Hyacinthe, onde realizei minha prova prática, havia pedido.

É uma IDENTIFICAÇÃO provisória onde se encontra no meio uma tarja vermelha com a observação "SERT EXCLUSIVEMENT À L'INDENTIFICATION DU DETENTEUR". Agora entendo o porquê daquela senhora quase ter brigado comigo, teimando que eu tinha recebido essa bendita identificação, porém a mesma só chegou dois dias depois que eu já havia realizado a prova prática. Então fiquem ligados e saibam que irão receber essa bendita carteira e que devem apresentar a mesma no dia da prova prática.

Apartamento alugado na cidade de Laval... Que luta!!!

* OBS. A foto acima é meramente ilustrativa.

Carro comprado, agora é hora de correr, ou melhor, rodar atrás de apartamento para alugar…

Saímos de imediato para Laval e lá encontramos alguns apartamentos em ótimos lugares.

Começamos a anotar os números de telefone para ligar quando chegássemos no apartamento.

Em um percurso de 300 metros anotamos mais de 10 números. Depois começamos a entrar e rodar nas ruas paralelas e transversais à principal e para nossa surpresa ainda mais outras ofertas de apartamentos para alugar… Anotamos alguns, depois notamos que havíamos anotado muitos mesmo. Voltamos para Montreal e começamos a ligar, mas depois de algumas ligações já comecei a "embaralhar a visão" dos apartamentos. Foi aí que novamente lembrei que o meu amigo, aquele mesmo que foi nos apanhar no aeroporto, Paulo Tumilasci havia nos dito anteriormente que existia alguns planos de telefonia celular bem em conta e que existia um plano família no qual os familiares que estivessem inseridos no plano poderiam falar livremente entre si a qualquer hora do dia ou da noite, irrestritamente… Então, já pensando na possibilidade de estar com o telefone e ligar diretamente da frente do prédio/apartamento pelo qual tivéssemos interesse, seguimos para a FIDO e fizemos um plano família por lá, em menos de meia hora já estava saindo com dois celulares gratis fornecidos pela FIDO. Nesse plano Edjane e eu estamos com ligações não tarifadas para o tempo que ele durar, ganhamos três meses de isenção para poder ligar e receber ligações à vontade e só iremos começar a pagar a mensalidade no mês de setembro.

De posse do telefone celular seguimos para Laval; lá começamos a parar em frente aos apartamentos e de lá ligávamos para marcar uma visita, a fim de podermos ver o imóvel por dentro. Cansamos de ver tantos apartamentos e marcar algumas visitas entre aqueles escolhidos, pois sempre que ligávamos tinha o problema da disponibilidade somente para o dia 1° de julho. Outra coisa que verificávamos era a questão de ter que estar incluída a água quente / aquecimento do apartamento / eletricidade. Esses três pontos são fundamentais para um bom negócio; esses itens foram explicados detalhadamente lá no nosso encontro na ROMEL.

Bem, como falei anteriormente, a quantidade de apartamentos para alugar realmente era bem grande, porém na sua maioria não estavam incluídos os três itens supra citados. Foram dois dias de inúmeras ligações sem parar, mas sempre no contato por telefone perguntava sobre os três itens e em alguns apartamentos estava somente um ou outro item incluído. Foi então que conseguimos selecionar três apartamentos, mas um deles era sub-solo. Não, não é o que vocês estão pensando, que o subsolo fica enterrado lá embaixo do chão: o sub-solo aqui é um apartamento cujo nível da janela fica ao nível da calçada. Ele possui iluminação natural mas é totalmente desaconselhável morar nele por vários fatores que também foram informados lá na ROMEL.

Então ficamos apenas com um apartamento para visitar, depois de quatro dias pegando pesado na procura de um para nós. Como necessitaríamos já agora para o dia 1° de junho, isso foi uma grande dificuldade porque na sua maioria eles encontram-se disponíveis somente para o dia 1° de julho, que é o dia oficial da mudança aqui no Canadá.

Visitamos o apartamento que, diga-se de passagem, era um 4½ no valor de 550 dólares com TUDO incluso e que estaria à nossa disposição a partir de 1° junho. Que beleza!!! O proprietário era um grego que assim como nós também um dia imigrou para o Canadá, e conversando com o mesmo ele falou que já havia passado por isso há 25 anos e entendia perfeitamente. O apartamento possuía duas varandas grandes e espaçosas, a área interna dele era realmente grande, então aparentemente estava tudo certo e na conversa com o grego fiquei de dar uma resposta até às 19h do dia seguinte.

Depois que saímos do apartamento do grego seguimos para ver apenas mais um apartamento que havíamos visto na net há três semanas passadas, mas como o mesmo não ficava em um local perto do metrô e nós não conhecíamos o sistema de ônibus de Laval, tampouco naquelas semanas iniciais tínhamos nenhum automóvel, então desistimos desse apartamento. Um casal que também veio de João Pessoa quinze dias antes de nós e com que mantemos uma estreita amizade aqui são o Cláudio e a Nara. Ela, que é uma expert em procurar apartamentos pela internet e consegue encontrar cada um espetacular, nos informou que havia encontrado alguns apartamentos em Laval. Então ela nos enviou o link e, quando abrimos, verificamos que era exatamente aquele apartamento que tínhamos visto há três semanas. Como estávamos indo a Laval ver os apartamentos e vimos o último apartamento (o do grego), então seguimos para ver esse outro… Nossa, que show de apartamento!!! Embora fosse um 3½ menor que o 4½ do grego, esse que estávamos vendo tinha uma organização impressionante: a qualidade de tudo, o tratamento do pessoal que mantém os apartamentos, além de algumas bobagens como piscina (coisa que eu acho que na época de inverno serve para patinar no gelo). Além disso, o mesmo possui garagem interna, coisa que por aqui é difícil.

Olhamos um para o outro e só no olhar já sabíamos o que desejávamos, porém depois de fazer um tour pelo apartamento, levados pela pessoa responsável pelo prédio, então seguimos para o escritório e começamos a conversar em francês, porque a senhora não falava muito bem o inglês e foi durante essa conversa em que já estava quase tudo pronto e certo, que fui questionado onde estava trabalhando e sobre nosso histórico de crédito aqui no Canadá… Pense num balde d'água fria!!! Foi então que o papai aqui que não tem papa na língua começou a explicar que havíamos chegado no Canadá há pouco mais de um mês, mas que tínhamos recursos suficientes para nos manter por mais de um ano sem trabalhar, se fosse o caso (pense numa mentira grande!!!). Então expliquei que eu era técnico de manutenção de aeronaves; fui emendando e já mostrei duas cartas de apresentação para trabalho dos meus últimos dois empregadores, depois fui também mostrando a licença de mecânico que tenho, colei o argumento que estamos querendo morar em Laval porque é em Laval que está a Bell Helicopters e a Bombardier (que fabrica aviões)… Entao eu acho que ela foi ficando meio tonta com tanta informação a meu respeito que ela disse que eu poderia preencher toda a documentação e que ela iria enviar via fax para o escritório central em Montreal e que me daria a resposta em breve… Só que fui explicando que tinha pouco tempo para poder procurar apartamento e que gostaria que ela me dissesse algo o quanto antes e foi nessa hora que já entrei com outro papo também: disse que poderia pagar o primeiro e o último mês… Falei mais algumas coisas e disse que poderia pagar o primeiro, o segundo e o último mês… Aí falei mais algumas bobagens e como nós queríamos muito ficar com aquele apartamento de qualquer forma, pois ele era excepcionalmente agradável e a localização dele é super, então fechei dizendo que poderia pagar a primeira, a segunda, a terceira e a última mensalidade… Aí não deu outra, ela disse que iria providenciar o envio da nossa "aplicação" e iria tentar me dar uma resposta naquele mesmo dia.

Deixo bem claro aqui que fui eu que fiz a proposta de pagar os meses adiantado, em nenhum momento ela falou alguma coisa sobre isso, mas como antes de vir para cá fizemos nossos cálculos e já havíamos previamente estipulado valores para a compra de um carro e também o aluguel de um apartamento, então bateu certinho, ainda mais que se fosse aceito no apartamento isso iria nos tirar uma carga enorme a partir do dia 1° de junho, pois nesse exato momento estamos em um studio (kitnet) em Montreal pagando muito mais que do que iremos pagar no apartamento em Laval.

Quando nos saímos do apartamento seguimos uns cem metros e paramos o carro; ficamos conversando um pouco sobre como seria bom ficar nesse apartamento e de repente o telefone tocou: era uma ligação da administração em Montreal para fazer algumas perguntas e depois de três ou quatro perguntas disseram que iriam me ligar de volta, confirmando se fomos aprovados ou não…

Depois que desliguei não demorou mais que cinco minutos o telefone tocou novamente: já foram informando que aceitaram nossa entrada para morar no condomínio… Não preciso nem dizer a felicidade que ficamos.

Permanecemos lá um pouco, esperando que chegasse a documentação para ser assinada; ela foi levada por um office-boy de Montreal. Recebemos o contrato já devidamente preenchido com os nossos nomes e dados: conferi tudo e li todo o contrato que estava em inglês, pois anteriormente ela perguntou se eu gostaria de receber o contrato em inglês ou em francês.

Após ler tudo e encontrar duas letras erradas em nossos nomes, foi retificado o erro e assinamos o contato e já fui conhecer o espaço da garagem que será a nossa.

Uma particularidade que encontramos em Laval é que, diferentemente da maior parte dos apartamentos aqui de Montreal, lá os apartamentos na sua maioria não possuem geladeira e nem fogão, e como pretendemos ficar muito tempo em Laval então estaremos providenciando os mesmos nos próximos dias.

Ufa... Só sabe o que é procurar o primeiro apartamento aqui quem passa por isso... Vocês que estão agora mesmo lendo esse relato entenderão quando chegar a sua vez: nesse momento vocês irão lembrar de mim.

Emplacando o carro na SAAQ (DETRAN aqui no Quebec)

Emplacando carro na SAAQ.

Nada de esperar 10 dias com placa provisória!!! No dia seguinte já nos dirigimos direto para a SAAQ, a fim de providenciar a compra da minha placa. Digo isso porque literalmente a placa agora é minha, pois quando eu for vender o carro à outra pessoa, a placa será retirada e a pessoa que comprou o carro coloca a placa dela… É engraçado mas a coisa funciona assim e é mais uma no aprendizado do nosso dia-a-dia.

Assim que chegamos na SAAQ tinha uma pessoa para orientar tudo e já foi logo me perguntando o que eu desejava; respondi prontamente que gostaria de fazer o registro do carro em meu nome. Imediatamente ela nos deu uma ficha e fomos sentar e esperar nossa vez. Não se preocupem, pois o SAAQ aqui não é como o DETRAN no Brasil: você fica confortavelmente sentado enquanto "trocentos" painéis ficam informando os números da vez. O bom é que são muitos guichês e não demorei mais que 10 minutos para ser chamado… No guichê fui atendido com um "bonjour". Expliquei que desejava registrar o carro no meu nome e o funcionário pediu a habilitação canadense. Respondi que não tinha e ele solicitou a habilitação do meu país.

Entreguei-a juntamente com a tradução que foi feita lá no consulado. Em seguida ele pediu o seguro e eu informei o número da apólice. Depois ele solicitou o passaporte e entreguei imediatamente. Naquele momento ele virou-se para o computador e começou a inserir os meus dados. Pela quantidade de informações que ele digitava eu já estava até pensando que ele estava escrevendo algum artigo para publicar aqui no blog!!! Aí o senhor acabou de digitar e já foi me dizendo o valor a ser pago… O total foi de R$ 1.071,44 que está descrito abaixo:

DROITS D'IMMATRICULATION : R$ 170,88
TAXE DE VENTE : R$ 655,46
TRANSPORT EN COMMUN : R$ 49,29
CONTR. D'ASSURANCE : R$ 179,38
TAXE ASSURANCE : R$ 16,15
FRAIS D'ADMINISTRATION : R$ 16,43

TOTAL DE TAXAS EM REAL : R$ 1.071,44

*** Foi utilizado o câmbio de 1,64309

Eu expressei os valores acima em reais para que vocês que encontram-se na fase de fazer cálculos no numerário a trazer, considerem bor baixo alguns números. Isso não quer dizer em absoluto que esse números não irão variar para baixo ou para cima: lembrem-se de que cada caso é um caso ímpar.

Após pagar todas as taxas recebi a placa para que eu mesmo colocasse no carro. Depois retirei a placa de papel que estava afixada no vidro pelo lado de dentro e fiquei com o carro regularizado.

COMPRA DO CARRO NO ANIVERSÁRIO DE UM MÊS DE CANADÁ.

Quero antes de tudo me desculpar pelo longo atraso em postar as situações que vêm acontecendo aqui no nosso dia-a-dia. O problema é que infelizmente nesse exato momento em que estou escrevendo essa história a nossa internet está fora do ar devido ao problema apresentado aqui no modem ou no roteador, sei lá. Pretendíamos ter enviado esse relato exatamente na noite de terça-feira 06 de maio para comemorar e compartilhar com todos vocês o nosso primeiro mês de Canadá, mas não contávamos com esse imprevisto. Mas tudo bem, o que vale é a intenção sincera e verdadeira que estamos tendo com vocês que lêem o nosso blog.

Quero abrir um parênteses aqui em relação aos freqüentadores desse espaço. Sabemos que a maior parte dos leitores são pessoas que ainda se encontram no Brasil, muitos ainda na fase dos primeiros passos em relação ao processo, sem esquecer de citar as pessoas amigas que acompanham os relatos, e é em respeito a essas pessoas que não estão interessadas em vir para o Canadá mas meramente acompanhar a nossa história que abaixo irão aparecer alguns valores, cifras que serão consideradas na moeda do REAL. O intuito dessa nossa escolha é proporcionar uma melhor compreensão e não ficar necessariamente tendo que converter valores do dólar canadense para o real no Brasil.

Graças ao meu bom Deus (a quem agradecemos a cada momento), nós acabamos de comprar nosso carro. É evidente que não é um carro novo, pois existem para nós ainda várias outras necessidades e prioridades a serem atendidas e não apenas um carro novo. Mas vamos ao resumo da história (preparem-se para o resumo).

Segunda-feira, 5 de maio, conversando aqui com Edjane no fim da noite decidimos que na manhã seguinte, assim que acordássemos, logo cedo iríamos à Laval, cidade ao norte de Montréal, que fica separada apenas por um rio. Tendo em vista que sempre tivemos um carinho muito especial por essa cidade mesmo quando ainda estávamos no Brasil, decidimos que iríamos ver alguns apartamentos para lugar em Laval e que, imediatamente após alugar o apartamento, também iríamos comprar um carro, pois conhecemos algumas necessidades que são peculiares e ímpares a cada indivíduo e julgamos que no nosso caso temos uma necessidade particular de possuir um meio de locomoção mais rápido e eficaz, não limitando-nos apenas ao metrô e ao ônibus, ou seja, precisaríamos de um carro para ajudar a concretizar algumas necessidades de ordem privada para o nosso futuro a curtíssimo prazo.

Terça-feira, 6 de maio, na sexta badalada do sino da manhã acordamos, tomamos café e em meia hora já estávamos saindo em direção ao ponto de ônibus que nos deixaria em frente do metrô Outremont (linha azul), de onde seguiríamos para a estação de Snowdon para dali fazer uma conexão com a linha laranja e ir em seguida até a última estação da linha laranja de nome Cote-Vertu, onde apanharíamos o ônibus 151 com destino a Laval, e foi exatamente devido a esse "bendito" percurso que o ônibus tomou que estaria reservada uma ótima surpresa para nós… Já em Laval, em um determinado trecho da avenida Boulevard Cure-Lebelle, eu mantinha a observação em ambos os lados da rua, nos carros que encontravam-se estacionados para vender dentro das lojas de carros usados. Realmente eram muitos mesmo, várias "garagens" com muitos carros nos pátios, mas nenhum deles me parecia diferente em nada, apenas carros e mais carros. Porém, quando o ônibus parou devido ao sinal vermelho, voltei a cabeça para o lado e vi escrito no pára-brisa de um Saturn L que estava exposto apenas o ano do carro (2000). Depois que o sinal abriu, o ônibus continuou o seu trajeto e eu voltei a cabeça ainda mais para trás, para continuar a olhar o Saturn estacionado.

Descemos no final da Boulevard Cure-Lebelle e voltamos caminhando, olhando os vários carros que existiam de ambos os lados da rua (lembram que, a princípio, o enfoque nesse dia era alugar o apartamento?), mas como os preços mostrados eram realmente bem atrativos e tentadores, então resolvemos trocar o foco inicial do apartamento pelo carro; isso também porque uma vez de ônibus ou metrô a pessoa fica restrita a uma determinada distância, pois fisicamente existe um limite de resistência, então achamos melhor providenciar logo o carro, o qual nos daria uma maior e melhor flexibilidade e autonomia para procurar um apartamento. Não estou dizendo com isso que você não conseguiria um apartamento sem um carro, longe disso, estou apenas dizendo que uma vez com um carro em mãos tudo se torna mais rápido. Por exemplo, poderíamos ver uma quantidade três vezes maior de apartamentos durante um mesmo dia.

Os valores atrativos dos carros iniciavam-se a partir de R$ 1.700 reais, porém eram carros usados, alguns anos mais velhos tipo 96, 97, 98, e não se sabe a procedência, o cuidado e o zelo do ex-dono, fora que cada caso é um caso ímpar: deve-se analisar tudo de forma diferente, não pode-se tomar como genérico o que está escrito aqui, repito que "cada caso é um caso".

Edjane e eu conversamos rápido e decidimos que como nós estávamos ali naquele local com tantas ofertas, então seria bom pelo menos conhecer algumas delas e já começamos no ponto onde descemos do ônibus e até voltar uns dois quilômetros caminhando e vendo carros de diversos tipos, marcas, modelos e cores, então chegamos afinal no Saturn. Inicialmente não dedicamos muita atenção a ele e após algumas consultas a outros carros, resolvemos ver o Saturn. Depois de verificar as partes mecânicas possíveis ao olho nu, constatei que seria aquela preciosidade mesmo que iríamos comprar. Ao abrir a mala, verifiquei que lá estava um jogo completo de pneus novíssimos para ser utilizado no inverno. Comecei a ver as amenidades como retrovisores externos elétricos e aquecidos para o inverno, cruise control (uma espécie de piloto automático para velocidade), câmbio automático, ar condicionado, direção hidráulica, censores de portas, air bag duplo, direção ajustável e muitas outras "perfumarias" que podem ser encontradas na expressão "CARRO COMPLETO". Em relação ao motor, após uma minuciosa inspeção visual e auditiva, constatei claramente que NUNCA viu água na vida, isso mesmo, nunca foi lavado, a bateria apesar de nova estava com uma crosta em ambos os pólos e não foi apenas esse carro que encontrei dessa forma. Não foi surpresa alguma e não sei se é a cultura ou não, só sei que 99% dos carros que olhei essa manhã encontravam-se todos assim, porém nada como um bom cuidado e zelo para deixá-lo excepcionalmente melhor.

Conversa vai, conversa vem, constatei que o valor anunciado de venda do carro teria o acréscimo de 5% para pagar uma determinada taxa que não me lembro o nome agora, então coube a questão de saber negociar, pois estava comprando o carro em CASH, em dinheiro vivo. Foi aí que depois de muita conversa por parte de ambas as partes chegamos a um acordo em que o valor real seria rebaixado em 5%, consqüentemente o valor a ser pago ficou sendo realmente aquele que também estava escrito no pára-brisa, ou seja, paguei naquele exato momento o valor de R$ 3.176,00. Fui questionado pelo vendedor se possuía seguro e prontamente respondi que ainda não, pois estava acabando de chegar no país, expliquei que estava a menos de um mês aqui e que aquele era o primeiro carro que eu estava comprando. Então recebi a explicação de que ele não poderia me vender o carro sem seguro e que eu teria que comprar um seguro antes de comprar o carro… Como eu já tinha sido orientado anteriormente por um amigo que tenho aqui, aquele mesmo amigo que foi nos apanhar no aeroporto, o Paulo Tumilasci, então para conciliar a compra do carro com o seguro que eu deveria ter, passei anteriormente no banco (TD Canada Trust) onde abrimos as nossas contas e conversei com nosso gerente sobre seguros para automóveis. Na mesma hora ele me deu uma explicação de como funcionava todo esse processo e fui informado que, certamente como estava sendo o primeiro seguro aqui no Canadá, poderia conscientizar-me que iríamos pagar um pouco mais que o habitual, pois até aquele momento nós ainda não teríamos crédito, ou seja, teria que construir o nosso crédito. Levei o cartão com o número da seguradora no bolso e justamente na hora da compra do carro, quando fui questionado pelo vendedor sobre o seguro, então expliquei que não possuía "nenhum" e que necessitaria apenas do telefone dele para poder fazer um seguro para o carro naquele exato momento. Fácil, fácil, só bastou ligar, informei que desejaria fazer apenas um seguro contra terceiros (o que eles chamam aqui de ONE WAY), respondi a muitas perguntas cujas respostas deveriam ser utilizadas meramente para alimentar um banco de estatísticas e após uma meia hora eu estava recebendo o número da minha apólice pelo telefone. Aí fiz aquela pergunta: "como vou pagar esse seguro?" E do outro lado a atendente gentilmente informou que dentro de no máximo quatro dias estaria sendo enviado para meu endereço um formulário contendo todo o contrato e que eu poderia efetuar o pagamento de várias formas, porém eu teria que esperar receber o envelope, pois nele estaria incluída a opção de pagamento de débito total em conta corrente, débito no cartão de crédito ou dividir em várias vezes no débito automático da conta corrente e foi justamente esse ponto que eu gostei: se não temos crédito no Canadá e temos que criá-lo, então primeiro você tem que "dever algo para alguém" e depois pagar honrosa e rigorosamente as dívidas nas datas pré-estabelecidas. Foi aí que eu já escolhi dentro de mim a opção de "dividir em várias parcelas", pois isso também já vai contar para a minha construção de crédito. Estou só esperando chegar o envelope para ver se o total será realmente em torno de R$ 400,00. Só sei que estou com o carro já em casa e servindo para muitas finalidades.

Assim que o vendedor começou a providenciar os papéis da venda do carro começaram a surgir também outras coisinhas… Fui informado que iria pagar R$ 8,00 pela emissão de uma placa de papel para colar por dentro do vidro traseiro; é que a placa não vem junto e terei que comprar a minha placa. A placa de papel que ele colou é apenas uma placa provisória em papel amarelo que me dá o direito de utilizar o carro por até 10 dias a partir da data de venda. Também fui informado pelo vendedor que eu iria ter mais uma taxa de 7.5% referente à TVQ, a ser paga direto na SAAQ (o DETRAN daqui) quando fosse emplacar o carro e também que iria ter que comprar a placa. Bem, informações sim, mas os valores ainda não tinham sido informados até aquele momento.

SERVIÇO DE APOIO AO IMIGRANTE PARA ALUGAR IMÓVEIS.

Na semana passado nos dirigimos até a ROMEL http://www.romel-montreal.ca/, que é uma agência subsidiada pelo governo canadense para ajuda aos imigrantes no que diz respeito a orientações de como proceder para alugar o seu imóvel, a particularidade dos contratos, os seus direitos e a quem recorrer, como se documentar e a seqüência de como proceder para avisar ao proprietário de alguma irregularidade ou reclamação que você deseja informar, as regras do RÉGIE DO LOGEMENT, as suas responsabilidades, atenção aos serviços inclusos, etc…

Realmente tem muita coisa mesmo para se escutar e o bom nisso tudo é que é totalmente gratuito, não se faz necessário marcar hora, e eles muitas vezes possuem anúncio de apartamentos para alugar de alguns proprietários que sabem e conhecem sobre o processo de imigração e que por sua vez alugam os apartamentos com uma maior facilidade para os imigrantes, não necessitando fazer nenhuma análise prévia do crédito destes. Evidente que nós como imigrantes estamos chegando aqui agora mesmo e conseqüentemente não temos nenhum histórico de crédito local, então quando você vai alugar o seu apartamento eles vão perguntar se você tem algum conhecido aqui. Se você responder que tem, então em alguns casos eles podem pedir que o seu AMIGO assine como fiador, então dentro da própria ROMEL existe uma facilidade enorme para se alugar um apartamento porque eles possuem um pequeno banco de dados de apartamentos disponíveis, cujas exigências são infinitamente menores. Ela mesmo nos ofereceu algumas opções de apartamentos aqui na cidade de Montréal, mas como nosso foco inicial desde o Brasil sempre foi a cidade de Laval, então nós agradecemos mas não fomos nem olhar o apartamento porque não tínhamos nenhum interesse em ficar aqui em Montréal. Deixo mais essa observação de apartamentos que podem ser procurados por lá na ROMEL; o pessoal é super prestativo e você é atendido individualmente e sem pressa. Nós ficamos por lá durante quase três horas conversando, sendo informados dos direitos e deveres e fazendo mil perguntas.

Tem modelo de carta para todos os procedimentos e prazos para avisar que vai ficar no apartamento, que vai sair, cartas para avisar irregularidades, enfim exemplos que eu mesmo desconhecia.

Uma particularidade que a pessoa que estava nos atendendo nos disse foi a questão de que infelizmente os imigrantes, na sua maioria, desconhecem esse serviço que, embora gratuito, é uma ferramenta utilizada por apenas um pequeno número de imigrantes para atenuar o árduo trabalho de conseguir o primeiro apartamento. Vocês entenderão quando estiverem aqui procurando o de vocês, mas isso é só com o primeiro, porque depois você começa a morar e com o passar dos meses você já terá trabalho, contas pagas de aluguel, telefone, etc… Você passa automaticamente a criar o seu crédito e isso já será inicialmente suficiente para que você, no segundo ano, quando for à procura de algum outro lugar para morar, possa tranqüilamente informar os seus dados e na hora em que forem fazer a pesquisa de seu crédito, não terá problema algum em alugar outro apartamento. Lembre-se que apenas o início é chato.

O PRC (Permanent Resident Card)

O PRC (Permanent Resident Card) Você também deve dar entrada na mesma semana em que chega, na famosa primeira semana em que se deseja resolver tudo. Mais uma vez deixo claro que tudo o que se faz aqui é de forma tranqüila em relação aos órgãos do governo, incrível como é o funcionamento aqui, a educação que eles prestam a você é uma coisa de se espantar. Lógico e evidente que deve ter aqueles casos isolados de você infelizmente ser atendido por alguém de mal com a vida e que resolve descarregar tudo em cima de você, mas fazer o que? Graças a Deus nós sempre fomos muito bem atendidos onde chegamos, sempre sendo recepcionado pelos funcionários falando francês e mal ou bem nós também falando francês. O importante nisso tudo é destacar a eficiência da máquina administrativa do governo, cuja qualidade nos deixa pasmos até agora.

Informamos também que já recebemos os nosso PRCs, só não gostei mesmo foi da foto que veio impressa nele; vocês observem que durante o processo será necessário providenciar uma foto de tamanho específico que não lembro agora, mas sei que é maior que a habitual 3x4 e menor que a dos passaportes 5x7. Só sei que essa dita foto será a que vai estar impressa no seu PRC, ou seja, quem não tiver uma matriz de rosto muito agradável de se ver então cuide-se e veja se faz alguma coisa para melhorar a cara na hora de tirar essa foto, pois a mesma será a que estará no PRC.

NAS (Numéro D`Assurance Sociale) / SIN (Social Insurance Number)

Depois que se chega aqui, e principalmente na primeira semana, parece que você deseja e espera resolver tudo o quanto antes. Evidente que a prioridade é a documentação para se poder trabalhar e fazer com isso que o caminho do nosso rico dinheiro que está indo, saindo, se inverta e, para isso, quase que naturalmente quando se chega aqui, começa a maratona: alguns vêm com alguns conceitos prévios, pré-estabelecidos de que possivelmente deverão encontrar alguns percalços para providenciar logo esses documentos, mas no nosso caso, nós não enfrentamos nenhum problema em relação ao tempo para resolver a emissão dos nosso documentos, particularmente aqui falando do NAS (Numéro D`Assurance Sociale) ou em inglês conhecido como SIN (Social Insurance Number). Então quando se dá entrada nos papéis para receber o mesmo na mesma hora, você já sai com o número dele em mãos. Evidente que a carteirinha de PVC só irá ser enviada posteriormente para sua residência alguns dias depois, e é com prazer que estamos informando que os nossos chegaram praticamente quinze dias depois que demos entrada nos mesmos.

Alimentacao sadia

Uma coisa que estou particularmente sentindo falta é do sabor incomparável da "banana-prata".

Aqui predomina uma banana grande e sem sabor, já compramos mas não gostamos mesmo, é um sabor "sem gosto" e travoso feito caju. Andando em alguns dos mercados de pequeno porte dos chineses, coreanos, hindus e outras nacionalidades, demos sorte em descobrir outros tipos de bananas vindos da Colômbia; elas têm um gosto de banana-maçã mas são melhores que aquelas grandes que predominam por toda a cidade. Também encontramos uma imensa variedade de frutas que vai desde frutas tropicais até algumas mais exóticas que não experimentei ainda: desde as mais simples como manga, pinha, fruta-do-conde, goiaba, carambola, lixia, até mesmo côco verde na casca e cana de açúcar (estou falando daquele bastão enorme da cana de açúcar que é cortada nos canaviais e jogada nos caminhões para ser levada às usinas, e para quem gosta de cortar a mesma em pequenas rodelas ou roletes e ficar chupando a cana).

Então podem ficar tranqüilos que se encontra tudo isso e muito mais. Já observamos que só fica comendo "fast-food" quem por opção pessoal quiser e desejar, opção de comida sadia existe muita sim, todo tipo de comida natural e real, só depende do paladar e desejo de cada indivíduo.

Coincidência interessante.

Há três semanas nós tínhamos saído para ir a algum lugar e resolver alguma coisa que não me lembro nem o que e nem onde, só sei que quando estávamos entrando no hall do prédio, Edjane escutou aquele sutil "mamãe, vamos logo": era a filhinha de um brasileiro que havia chegado uma semana antes e estava no mesmo prédio que nós, em um apartamento no andar acima do nosso e mesmo que a "gerente/administradora" do local soubesse que as nossas nacionalidades eram as mesmas, ela mesmo assim manteria a discrição de não comentar para ambas as partes a presença de outra pessoa da mesma nacionalidade… Haja discrição!!!

Rapidamente, como sou de fácil entrosamento, já fui nos apresentando e trocamos algumas idéias ali mesmo e, como ele estava apressado, então conversamos bem rápido. O interessante é que, mesmo que durante quase um mês, nós nunca tivemos a oportunidade de nos cruzar, deixando isso só para o momento da mudança. Outra estranha coincidência é que eles ficaram no mesmo apartamento em que nós tínhamos anteriormente ficado durante os primeiros quatro dias e depois mudamos para um outro no térreo por opção nossa.

Os mesmos mudaram-se para a região sul de Montréal conhecida por "La Salle". Tivemos a oportunidade de conhecer essa região onde os apartamentos, comparados com a área central de Montréal, são bem maiores, mais baratos e possuem uma qualidade de vida bem superior ao centro da cidade. No caso deles, mais especificamente falando, possuem duas filhas nas idades de 6 e 8 anos aproximadamente, então não resta a dúvida de que ele escolheu um ótimo local.

Infelizmente perdi o contato com os mesmos, mas fica aqui a dica de que quando vocês estiverem por aqui e quiserem de alguma maneira formar um grupo de conhecidos, não esqueçam de pegar os contatos dos mesmos. Isso é muito importante aqui, muitas informações que podem ser dadas por telefone ajudam muito aos que chegam. É importante e sadio a troca de informações com os mais antigos que se encontram aqui, mesmo que sejam mais antigos apenas em questão de meses ou semanas: lembrem-se que eles podem e vão te ajudar com preciosas informações, coisas do dia-a-dia que eles já passaram.

Quick Tax

* A texto abaixo nao eh de minha autoria e sim do Luiz e Dani.

Assim que cheguei ao Canadá, me interessei em saber mais sobre Declaração de Imposto de Renda (Income Tax Return ou Déclaration de Revenus), aliás, isso é um assunto no qual sempre me interessei; tanto que no Brasil, costumava enviar nossa declaração no primeiro dia. Descobri então que deveríamos fazer, não uma, mas duas declarações: uma federal e outra provincial. Algumas pessoas me sugeriram contratar os serviços de um contador ou pedir ajuda à algum voluntário de faculdade até eu me familiarizar com o sistema. No site do governo, tem a opção de preencher a declaração on-line, mas eu não tentei. Foi então que um colega, que vive aqui há muito tempo, me deu a dica de comprar um software chamado “Quick Tax" ou “Impôt Rapide”. Ótima dica! Fácil de usar, interativo e atualizado; consegui fazer nossas declarações em menos de 2 dias, imprimí-las, juntar os recibos, e enviar tudo pelo correio. Como foi nossa primera vez, não poderiamos enviar pela internet. Esta semana, recebemos nosso primeiro cheque. À cada dia, fico mais impressionado com a eficiência e a organização do serviços públicos daqui. Nao sei se todos concordam com isto, mas aqui vale a pena pagar imposto!Obrigado Quick Tax !

Declaração de Renda 2007

* O texto abaixo nao eh de minha autoria e sim do Luiz e da Dani.


Está chegando a hora de fazer a declaração de renda do ano de 2007. O limite para envio da declaração é 30 de Abril. Graças aos softwares disponíveis no mercado, o preechimento se torna mais simples. Ano passado usei o QuickTax (ImpôtRapide), porém esse ano optei pelo UFile, porque achei mais simples além de mais barato, custa menos de $20 e pode-se fazer até 8 declarações.
Esse ano criei uma conta de aposentadoria (RRSP ou REER) com a Industrial Alliance. Além de planejar a aposentadoria, há reduçao no imposto devido quando se aplica nesses fundos.
Para os que não sabem, as empresas enviam anualmente aos seus empregados os recibos T4 (federal) e Relevé 1 (provincial QC) com o total de suas renumerações e impostos pagos no ano. Aliás, há um longa lista de recibos que são enviados nessa época, inclusive um recibo de imposto de propriedade (impôts fonciers - Relevé 4) que pagamos quando alugamos um imóvel; e temos que declarar todos eles. Esse ano descobri que poderia declarar as despesas com transporte público (onibus, metro, etc), não sabia disso. O software explica tudo com detalhes.
Todos devem fazer a declaração, mesmo aqueles que não tiveram renda em 2007. Quem fizer a declaração pela primeira vez, deverá enviar os formulários preenchidos pelo correio; nesse caso, não é permitido envio dos arquivos pela internet (NetFile/ImpôtNet).
Se tiver dúvida sobre como e o que declarar, é bom procurar um centro de ajuda à imigrantes; nesses lugares há voluntários que prestam esse serviço gratuitamente.

Luiz e Dani

Carros no Canada

Não, não, ainda não compramos nosso carro, mas iremos comprar um simpático vermelhinho assim, mas se for algum amarelo é bom também!!! hehehehe, c'est une "joke"!

Realmente não temos ainda idéia de qual carro comprar; evidente que dentre os muitos que vimos, iremos comprar inicialmente de acordo com o preço. Aqui existem tantas marcas de carro que pra gente fica meio confuso; escolher, então, nem se fala. Decidimos que o primeiro será comprado em breve, devido a necessidades diversas voltadas a lugares para trabalhar onde o metro não chega e a conexão deste com o ônibus fica ineficiente em relação ao objetivo final do lugar para se trabalhar.

Estamos procurando atualmente pela net e estamos encontrando uma chuva de carros, o que complica muito... Aí você deseja ver mais uma página do site, depois mais outra e mais outra e por aí vai…Bem, os carros aqui são muuuuuuuuuuuuuuuito mais baratos que no Brasil, então é normal a dúvida pra escolher, porque realmente é inacreditável. Mas, além do preço, é preciso prestar atenção em muitas coisas:- Impostos - Assim como todo produto comprado aqui no Canadá, quando compramos um carro temos também que pagar as famosas taxas TPS (5%) e TVQ (7,5%). ***Informação importante: se você compra um carro diretamente do proprietário, você não paga a TPS, mas se compra em uma garagem, paga as duas. No nosso caso não faz muita diferença ainda porque o nosso carro nao foi comprado (ainda); geralmente isso é um grande diferencial se você compra um carro um pouco mais caro.

- Revisões - Em algumas garagens que se compram os carros os proprietários algumas vezes possuem uma oficina mecânica, então ele faz uma revisão geral e também pode dar uma garantia do carro. Além disso, ele pode dar o histórico completo do carro para podermos saber tudo o que aconteceu e quando foi feito no carro.

- Transferência e emplacamento - Quando compramos um carro aqui, ele vem sem placa. Na verdade as placas são do proprietário e quando alguém vende o carro, o agora ex-proprietário fica com a placa para colocar em seu novo veículo. Como ainda não temos placa aqui e nunca tivemos carro, teremos que providenciar tudo isso. O site da SAAQ tem todas as informações: temos que pagar as taxas que vão custar em média 280$, incluindo a placa e a taxa anual, que é como se fosse o IPVA.

- Seguro - Ainda não fizemos, mas já pesquisamos um pouco. Assim como no Brasil, depende do tipo de cobertura que vc quer. Existem os seguros completos que custam em média 150$, e também os seguros somente contra terceiros que podem custar em média 40$ por mês. Claro que o ano do carro também influencia e ainda não dá para ter uma base concreta pois não compramos o nosso ainda e nao sabemos o valor correto.

- Carteira de Habilitação - Ao chegarmos aqui, nossa carteira brasileira é válida por 3 meses sem nenhum problema. Caso queira, você poderá comprar qualquer carro com ela, porém como não é uma carteira daqui então isso irá encarecer um pouco mais o seguro do carro. É necessário fazer somente a tradução com um tradutor reconhecido (juramentado) ou no Consulado; nós fizemos direto no Consulado e já aproveitamos lá mesmo para transferir nosso título de eleitor para cá, para não ficarmos pendentes com nenhuma obrigação eleitoral e não a vir a nos prejudicar de alguma forma no futuro. Lá também nos cadastramos para alguma eventualidade cataclísmica aqui no Canadá - nunca se sabe.

Vou aproveitar e já adiantar o caminho dos tijolos de ouro para os futuros imigrantes que preparam-se para vir, vou utilizar do que passamos na pele, aliviar o corre-corre e já adiantar as coisas: para fazer a carteira daqui é uma maratona danada, mas nada do outro mundo, só tem que começar a se preparar ainda quando se está no Brasil, acessando o site que está no blog, aí à direita no conteúdo Driver's License - tem em Francês e em Inglês. Logo após a sua chegada aqui, de preferência no segundo dia, ligue para um APPOINTMENT em um dos telefones do SAAQ (Societé de l'assurance automobile du Quebec), que é o DETRAN daqui, para agendamento. Eles vão te pedir o teu sobrenome, o nome e a tua data de nascimento, depois informam que é necessário estudar e aí você diz que já está estudando desde o Brasil. Então eles já marcam logo para uma data próxima disponível e então você pensa que a data é mesmo logo em seguida. Mas engano seu, meu nobre, essa data demora em torno de três semanas para frente, ou seja, como no terceiro dia aqui você já pode ir no Consulado para pedir a tradução da sua carteira, então seja esperto e ganhe tempo agendando logo e, se por alguma eventualidade você não possa prestar o exame na data que ele está lhe oferecendo, então você pede para uma data posterior. Nós fizemos isso porque na data que ele me deu só tinha uma vaga e não era negócio eu ir em um dia e Edjane ir em outro. Eu disse que essa data não daria para mim porque já tinha um horário agendado e solicitei para outro dia; ele nos colocou os dois juntos no dia seguinte no mesmo horário. Bem, nesse meio tempo, você que não é besta nem nada já comprou os dois livros (DRIVER'S HANDBOOK Can$ 18,95 e PASSENGER VEHICLE Can$ 19,95) numa livraria chamada Le Marché du Livre que fica na esquina exatamente em frente ao prédio onde se faz muitas coisas no mesmo lugar, tipo solicitar a emissão da carteira de saúde (Assurance Maladie), dar entrada nos papéis para pedir o curso de francês dado pelo governo (Francisation), entre outras. O número do prédio é 800. Bem, uma vez de posse desse dois livros que totalizam 537 páginas (e se você no Brasil já estudou o bastante para matar as 297 questões do site, acertando todas como nós fizemos aqui e depois de chegar aqui estudar com dedicação esses dois livros), é certeza que irá passar na primeira fase, que é o exame escrito. Ele consta de um total de 64 questões, mas me deixa fracionar essa informação… O exame escrito que se faz é dividido em 3 categorias: a primeira é a HIGHWAY SAFETY CODE, que possui 16 perguntas das quais temos que acertar 12, a outra categoria é sobre ROAD SIGNS que também são 16 questões e temos que acertar pelo menos 12 e a última é a TRAFFIC SIGNALS AND TECHNIQUES OF DRIVING A PASSENGER VEHICLE, onde são mais 32 questões e temos obrigatoriamente que acertar pelo menos 28… Se por acaso acontecer remotamente uma reprovação em uma dessas três categorias, aí você volta para casa e chora um pouco. Depois disso, estuda aquilo que você deveria ter estudado e não estudou e só poderá remarcar um novo teste depois de 7 dias. Agora, se você for aprovado em tudo, o que certamente você que está lendo essa matéria quer que aconteça porque irá estudar bastante desde o Brasil, então é só marcar a sua *prova prática de rua*, que é um passeio agradável por Montreal, só não me pergunte por quais ruas, pois isso é uma caixinha de surpresas. O dia e o horário para realizar essa prova vai depender dos horários livres que eles tenham por lá; para isso, é aconselhável que você antecipadamente alugue um carro aqui para uma ou duas horas de aula com um instrutor de uma auto escola (cujo valor de hora/aula deve variar de 20 a 50 dólares), para que ele possa te passar os pequenos *detalhes*, pois são muitos do tipo: quando for mudar de faixa, antes de ligar a sinaleira, você tem que girar a cabeça para os dois lados e fazer uma *varredura visual* e só depois ligar a sinaleira, e depois que concluir o deslocamento do carro de uma faixa para outra, você deve desligar a sinaleira, tudo isso para demonstrar que realmente você certificou-se que a área está livre… Outra particularidade que pode acontecer é você estar em uma auto pista de 3 ou 4 faixas e você estar na esquerda de todas elas. Digamos que você está na pista de número 1, aí o bendito iluminado checador diz que deseja sair dessa auto pista na próxima saída à direita que dever estar a X Km (agora é uma questão de pescoço e de dedo). Bem, primeiro deve-se fazer aquele mesmo procedimento supra citado (girar a cabeça para os dois lados até quase quebrar o pescoço), em seguida ligar a sinaleira e mudar para a pista n°2. Agora você desliga a sinaleira e para ir para a outra pista você faz tudo novamente: faça um novo procedimento de girar a cabeça para os dois lados, depois ligue a sinaleira pela segunda vez e vá para pista n°3, depois desligue a sinaleira e, para sua alegria, da sua cabeça e de seu pescoço, repita tudo novamente, ou seja, inicialmente faca uma nova *varredura visual*, depois ligue a sinaleira, saia da auto via na saída pré-determinada pelo seu querido, maravilhoso, super, hiper, ultra e inoxidável instrutor e saia dessa bendita auto via, desligue a sinaleira e, se Deus quiser, você deverá passar no teste de rua e, após o instrutor descer do carro, aconselho que se compre um gelol ou qualquer outro para aliviar a dor que a essa altura estará no pescoço. Só para alegrar eu já vou avisar que se for reprovado no teste de rua vai ter que esperar 3 semanas para o próximo teste, pois esse é o tempo suficiente para a melhora… Vocês sabem de quem, pois se não for assim, não tem pescoço que aguente.

A observação que faço é que caso a pessoa tenha chegado aqui e comprado o seu próprio carro, poderá fazer a prova nele desde que a sua carteira esteja aqui no Canadá dentro da validade e não tenha vencido os três meses que qualquer pessoa tem por direito em utilizar aqui qualquer carteira de habilitação.
A carteira de habilitação internacional feita no Brasil é só uma tradução da CNH e um residente permanente só pode utilizar TAMBÉM pelos 3 primeiros meses. Particularmente considero uma bobagem e uma perda de tempo tirar uma carteira internacional pois, em qualquer um dos casos, será obrigatório mostrar o documento com a data de entrada no país. Para os vistos como de turista, estudante ou trabalho, a carteira é válida enquanto a data de validade da CNH estiver ok. Para Residente no país é obrigatório fazer carta de habilitação canadense (tirar a carteira) para poder dirigir e também ela será utilizada no dia-a-dia como identidade. Falando em identidade, aqui você tem que andar com dois documentos com foto para que seja aceita a sua identificação. Há casos à parte, como a abertura da conta bancária que já citei anteriormente no outro post.

- Combustível - Aqui o combustível é bem barato, pelo menos nós achamos porque comparando com o valor em João Pessoa, que custa em média 3 reais o litro, estamos no lucro. Aqui o litro está Can$ 1,17 e como estamos ganhando também em dólar canadense, então estamos literalmente no lucro.Esse também é um ponto importante a verificar: há carros que são bem baratos mas que consomem muito combustível, é importante prestar atenção… No Brasil costumamos dizer que um carro faz X km por litro; uma grande maioria aqui diz que um carro gasta, por exemplo, 9 litros a cada 100 km.

Bom, por enquanto é isso, pretendo voltar bem em breve postando como foi o nosso teste teórico que irá se realizar em breve.
Sugestão de site pra pesquisar preços: http://montreal.kijiji.ca/ Nesse site você entra direto em *Autos et vehicules*, aí você encontra logo em seguida carros por menos de Can$ 5000 e carros por mais de Can$ 5.000. Vai ficar aí ao gosto do cliente e do bolso.

Caso queiram deixar alguma mensagem e desejarem tambem um retorno da nossa parte, entao por favor deixem o e-mail no final da sua mensagem.

Erivaldo & Edjane